Não pense que a morte é aquela parede que bloqueia a nossa
caminhada, a vida é aquele caminho estreito cheio de armadilhas. Nele
tropeçamos diversas vezes até aprender como andar, em algumas ocasiões,
desistimos ou simplesmente nos cansamos de seguir reto, assim escolhemos mudar
de percurso, ele é cheio de surpresas, algumas dessas surpresas é um grande
muro que não nos deixa passar. Permanecemos ali, sem poder ir, sem poder
voltar.
Muitos quando se deparam com o muro, olham para cima e para
baixo, pensando que se é o seu fim, por que não está indo a alguma dessas direções,
ninguém pode escolher o seu caminho, ninguém pode interferir na sua caminhada,
só você mesmo. Não pense que haverá direção para quem para de andar.
Ninguém pode dizer realmente o que acontece quando chega lá,
não pode dar meia volta e contar a experiência. Para nossos olhos, a caminhada
acaba ali. Choramos rios de tristeza, afinal, quando acompanhamos os passos de
uma pessoa e ver que não poderá mais seguir em frente é desolador. Nós que
ainda seguimos a trilha cheia de pedras e armadilhas perigosas, que só servem
com o intuito de pararmos de dar passos e desistir de saber o que há mais a
frente, ainda não sabemos o que acontece, apenas entristecemos. No entanto,
talvez o muro possa conter uma porta, nessa porta existe outro caminho, não
sabemos, é muito questionador dizer que
não existe fim, apenas um novo começo?
Afinal, quem sou eu para poder dizer o que penso sobre a
morte, comecei a caminhada há pouco tempo, porém, a minha parede pode estar próxima,
assim como a de todos, que um dia irá chegar.
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